sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bissexualidade, é o sexo do futuro?

As estatísticas mostram que a grande maioria já sentiu, de alguma forma, desejo por ambos os sexos. Pesquisas indicam que nos Estados Unidos mais de 40% dos homens casados, durante toda a vida de casados, se envolveram em sexo com outros homens. Entretanto, os que transam com os dois sexos sempre foram acusados de indecisos, de estar em cima do muro, de não conseguir se definir. 

Os heterossexuais costumam ver a bissexualidade como um estágio e não como uma condição alcançada na vida. Muitos gays e lésbicas desprezam os bissexuais acusando-os de insistir em manter os “privilégios heterossexuais” e de não ter coragem de se assumir. Não concordo com essas afirmações por me parecerem preconceituosas.

O fato é que nunca se falou tanto em bissexualidade como dos anos 90 para cá. A manchete de capa da revista americana Newsweek de julho de 1995 era: “Bissexualidade: nem homo nem hetero. Uma nova identidade sexual emerge.” A atriz americana Jodie Foster teve seu desejo sexual por mulheres revelado num livro escrito por seu próprio irmão. Entrevistada pelos jornais, declarou: “Tive uma ótima educação, que nunca me fez diferenciar homens e mulheres.”

Essa discussão existe desde a década de 70. A Newsweek de 27 de maio de 1974 trouxe uma matéria em que a cantora Joan Baez declarava que um dos maiores amores de sua vida havia sido uma mulher e que, após quatro anos de relacionamentos exclusivamente lésbicos, estava namorando um homem.

Dois psiquiatras com pontos de vista opostos foram chamados a comentar o assunto. “A bissexualidade é um desastre para a cultura e a sociedade”, proclamou um, enquanto o outro, presidente eleito da Associação Psiquiátrica Americana, anunciou: “Está chegando o ponto em que a heterossexualidade pode ser vista como uma inibição”.

Na mesma semana a revista Time descreveu num artigo chamado “Os novos bissexuais” os triunfos e os fracassos desse fenômeno sexual, indo das biografias de atrizes e escritores consagrados ao surgimento de romances, memórias e filmes bissexuais.

Seríamos todos bissexuais dependendo apenas da permissividade da cultura em que vivemos? O pesquisador americano Alfred Kinsey acredita que a homossexualidade e a heterossexualidade exclusivas representam extremos do amplo espectro da sexualidade humana. Para ele a fluidez dos desejos sexuais faz com que pelo menos metade das pessoas, sintam, em graus variados, desejo pelos dois sexos.

Será que o amor pelos dois sexos se tornará uma opção cada vez mais comum a ponto de predominar? A bissexualidade, como muitos afirmam, será mesmo o sexo do futuro?

Nenhum comentário: